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29 de julho de 2011

Dívida, uma vilã para o desenvolvimento sustentável!


Conforme prometido no artigo anterior, hoje vamos falar sobre a influência da economia, mais especificamente da política de crédito como uma vilã para o densenvolvimento sustentável. A meu ver, entendermos este assunto é essencial para entendermos uma parte fundamental do crescimento abusivo do consumo e produção o que impacta diretamente no desenvolvimento sustentável. O crédito nada mais é do que a criação de dinheiro, existem várias maneiras de se criar um crédito, tanto públicas como privadas, mas vou usar um exemplo simples: o banco oferta o crédito, o consumidor para adquirir este crédito se compromete a pagá-lo no futuro mais uma taxa negociada com o banco e, ai vem a mágica. Para o banco aquele crédito, independente se a passoa pague ou não, já virou dinheiro e assim o lucro do banco aumenta, as pessoas ficam felizes por terem adquirido o crédito e tem mais denheiro para gastar! Perfeito! Bancos lucrando e pessoas comprando, o que tem de errado nisso? Bom, a partir deste modelo, nos EUA, os níveis de dívida começaram a crescer e sem percerber chegamos a um nível alto de dívida em relação ao GDP (Gross Domestic Product), que é equivalente ao nosso PIB (Produto Interno Bruto) aqui no Brasil. Hoje para termos uma idéia de qual é esse tamanho, se dividirmos todo a dívida Americana entra as suas famílias de quatro pessoas em média, que são quem realmente pagam esta conta, teremos uma dívida por família de $736.mil dólares e multiplicando esse número entre as famílias temos um total perto de $50 trilhões de doláres em dívidas (números de 2006)!




 Mas será que podemos dizer que a dívida é de todo ruim para a sociedade? Não. A dívida nada mais é do que um investimento que traz um benefício imediato por meio da aquisição de uma responsabilidade futura, o problema está em como esta ferramenta é utilizada. Existem dois tipos de dívidas: temos a "Self-Liquidating"que impulsionará o investimento, como exemplo um investimento num curso universitário que lhe proporcionará oportunidades futuras para incrementar sua renda, ou um investimento em um negócio próprio que além de poder aumentar sua renda, gerará empregos e renda para outras pessoas; e temos a "Non Self-Liquidating", que serve para financiar viagens, aquisição de carros, guerras, qualquer atividade que não lhe dá a oportunidade de receber um benefício econômico futuro. Nenhuma dessas duas maneiras de se utilizar este benefício me parece errada, o problema está na falta de equilibrio pela qual o utilizamos, e, este uso desordenado que geram os problemas. O crescimento das dívidas assumem que o futuro será (muito) mais próspero do que o presente, e esta é a questão central do problema, ainda mais porque o crescimento da dívida é muito maior em relação ao crescimento da GDP. A partir daí que começaremos a entender a influência que esta questão tem no desenvolvimento sustentável. Com este nível de dívida tão alto hoje em relação ao GDP, pressupomos que nosso futuro será mais rico, mais desenvolvido, mais abundante, com maior renda, maior produção.  Mas como podemos afirmar isso num momento em que o consumo é maior do que a capacidade do planeta em produzir e deveriamos estar tentando desacelerar este ritmo? Como podemos comprometer as próximas gerações deixando essa conta para pagarem dessa maneira inconsequente?É uma aposta de que as próximas gerações devem ser mais prósperas do que a atual.  O momento nos obriga a repensar essa dinâmica, o futuro tem que ser de prosperidade sem crescimento pois não podemos mais fechar os olhos para questões ambientais e sociais que, por sinal, já estão causando grandes prejuízos pelo mundo. Para muitos este cenário pode parecer preocupante ou amedrontador, mas, na verdade, é um grande momento para novas oportunidades, novos modelos de negócios, novas soluções! Como continuar consumindo sem destruir e sem comprometer os próximos? O fato é que a transformação está acontecendo, não na velocidade que deveria ser, mas o avanço é nítido. Alguns aspectos da econômia estão sendo repensados, basta pesquisar o número de moedas paralelas que surgiram nestes últimos 5 anos. A discussão é interessante, bastante longa e temos muitos outros aspectos para abordar em artigos futuros. Espero que tenha servido para pensarmos um pouco se o que estamos fazendo é certo,   para acelerarmos essa mudança sustentável e assim deixar uma imagem melhor da nossa geração.




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