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8 de agosto de 2011

Londres 2012, o Primeiro Jogos Olímpicos Verdes da História!











      No dia 27 de Julho de 2012 mais ou menos 2 bilhões de pessoas estarão assistindo em Londres a abertura do primeiro jogos olímpicos e paraolimpicos verdes desde sua primeira versão da era moderna em 1896. O Cômite Organizador Inglês, desde o início tinha um objetivo: Planejar com excelência um evento que deixe um legado de benefícios que através deles inspire mudanças no comportamento das pessoas de todo o mundo! Os Jogos Olímpicos de 2012 é guiado pela tema "Em direção a um planeta Olímpico". E foi com esse apelo que os Ingleses conseguiram convencer o COI (Comite Olimpico Internacional) a os escolherem como sede do maior evento esportivo do Mundo, queriam mostrar ao mundo como construir um Jogos Olímpicos Verdes. Os Ingleses se preocuparam com todos os aspectos sustentáveis da cidade, água, solo, construção com menos recursos, desenvolvimento da região e o principal, que tudo isso deverá ter mas utilidade após os jogos permancendo por muitos anos, seria uma revolução na construção civil e tudo isso em pouco tempo e com 12 bilhões de dólares de budget.
Os Ingleses escolheram a região de Stadford situada no leste da cidade, a mais pobre e menos desenvolvida de Londres para construir o Parque Olímpico. Stadford tinha problemas com habitações degradadas, lixo contaminado, resto de indústrias e fábricas, redes elétricas estaladas em lugares desapropriados, solo poluído devido a má utilização feita pelas indústrias no início do século e problemas com  encanamentos. Com esse cenário desfavorável o trabalho teria que ser muito bem planejado e a realização bem ágil para atingirem o agressivo objetivo proposto pelo comite Ingles.
Vamos ver quais soluções os ingleses tiveram para seus problemas:
  • Grandes torres elétricas que cruzavam toda a área: sem dúvida era um dos principais problemas, pois eram 52 torres de energia no meio do terreno do parque. A solução foi construir dois túneis de 6km cada, a maior e mais rápida construção de túneis da europa pois a fizeram em 2 anos sendo que normalmente levariam 4 anos.
  • Terra contaminada: Com a construção destes túneis, muita terra foi despejada e perceberam que a terra estava contaminada pela má utilização feita das indústrias da região no começo do século. Porém não seria sustentável jogar esta terra em outro lugar, o que normalmente ocorreria, afetando outra região com um material poluído além de perder oportunidade de reutilizar um material já disponível. Os organizadores queriam reutilizar a terra na construção do Parque, então optaram por limpar a terra retirada. Grandes máquinas lavavam a terra afetada por metais pesados, arsênico, chumbo, mercúrio, zinco e cobre e conseguiram um ótimo resultado de cerca de 80% da terra limpa para ser reutilizada sem perigo no Parque minimizando o consumo desta matéria através da reutilização.
  • Transporte: O Comite organizador impôs para as empresas construtoras que no mínimo 57% dos materiais e resíduos da construção deveriam ser por meios alternativos que não fossem rodovias, isso gerou um certo descontentamento por parte das empresas o que dificultou na negociação, mas a organização sabia do impacto na emissão de CO2 que estaria causando com esta atitude. Então, cerca de 12 toneladas diárias de materiais e entulhos eram transportados através dos rios e de uma linha ferroviária construída própriamente para esta obra olímpica o que no final das contas, foi visto como grande vantagem econômica e ambiental para as empresas utilizarem esta opção de transporte.
  • Gerenciamento dos Resíduos: Muitos prédios antigos, armações metálicas, entre outros, foram demolidos para a construção do Parque, e os organizadores se preocuparam em como gerenciar este entulho gerado ao invés de simplesmente mandarem para um aterro. Todo o entulho foi recolhido e alocado para ser reutilizado em projetos futuros, era o passado servindo como base para o futuro.
  • A construção de Estádio Olímpico: Normalmente as cidades sede constroem estádios monumentais para as Olimpíadas, porém os Ingleses quebraram este conceito quando planejaram seu estádio. Seria um estádio "móvel", ele terá capacidade fixa para 25 mil pessoas e a diferença para as 88 mil seria feita de uma estrutura móvel. Não valeria a pena construir um estádio monumental para depois das olímpiadas ser um elefante branco gerando custos para sua manutenção. O Estádio Olímpico de Londres está planejado para ser de alto nível e que os moradores possam o utilizar após as olímpiadas. Na sua estrutura ao invés de grandes armações de ferro, optaram por uma rede de cabos como uma roda de bicicletas e um tecido fino para cobrir, o que se torna mais leve e diminui drasticamente a utilização de ferro no projeto (veja na figura abaixo o esboço do estádio olímpico).
  • Oportunidade de gerar empregos: A região tinha um grande índice de desemprego e as pessoas não eram qualificadas o suficiente para ocupar postos de trabalho, então o que para muitos poderia ser um problema para a organização apareceu como solução de mão de obra. Contrataram estas pessoas e montaram um programa de treinamentos técnicos e práticos onde estas pessoas em seus postos de trabalho eram acompanhadas por um profissional mais experiênte, assim eram capacitadas gerando oportunidades de desenvolvimento para aquelas pessoas e solucionando um grande problema para os moradores da região. Este projeto criou diversos especialistas para poderem ter oportunidades no mercado de trabalho.

 



      Bom, o artigo já está ficando longo e para a primeira parte podemos parar por aqui. Mas essas informações já servem para começarmos a refletir que é possível mudar desde que todos estejam envolvidos no mesmo objetivo. Na próxima parte continuaremos falando sobre as instalações, sobre os incentivos do governo à atividade física para os Londrinos e faremos uma comparação com a nossa organização para a Copa do Mundo e Olímpidas brasileira, que pelo que vocês já devem imaginar estão um pouco distantes em comparação ao rigoroso planejamento Ingles.
Até a próxima semana.

    29 de julho de 2011

    Dívida, uma vilã para o desenvolvimento sustentável!


    Conforme prometido no artigo anterior, hoje vamos falar sobre a influência da economia, mais especificamente da política de crédito como uma vilã para o densenvolvimento sustentável. A meu ver, entendermos este assunto é essencial para entendermos uma parte fundamental do crescimento abusivo do consumo e produção o que impacta diretamente no desenvolvimento sustentável. O crédito nada mais é do que a criação de dinheiro, existem várias maneiras de se criar um crédito, tanto públicas como privadas, mas vou usar um exemplo simples: o banco oferta o crédito, o consumidor para adquirir este crédito se compromete a pagá-lo no futuro mais uma taxa negociada com o banco e, ai vem a mágica. Para o banco aquele crédito, independente se a passoa pague ou não, já virou dinheiro e assim o lucro do banco aumenta, as pessoas ficam felizes por terem adquirido o crédito e tem mais denheiro para gastar! Perfeito! Bancos lucrando e pessoas comprando, o que tem de errado nisso? Bom, a partir deste modelo, nos EUA, os níveis de dívida começaram a crescer e sem percerber chegamos a um nível alto de dívida em relação ao GDP (Gross Domestic Product), que é equivalente ao nosso PIB (Produto Interno Bruto) aqui no Brasil. Hoje para termos uma idéia de qual é esse tamanho, se dividirmos todo a dívida Americana entra as suas famílias de quatro pessoas em média, que são quem realmente pagam esta conta, teremos uma dívida por família de $736.mil dólares e multiplicando esse número entre as famílias temos um total perto de $50 trilhões de doláres em dívidas (números de 2006)!




     Mas será que podemos dizer que a dívida é de todo ruim para a sociedade? Não. A dívida nada mais é do que um investimento que traz um benefício imediato por meio da aquisição de uma responsabilidade futura, o problema está em como esta ferramenta é utilizada. Existem dois tipos de dívidas: temos a "Self-Liquidating"que impulsionará o investimento, como exemplo um investimento num curso universitário que lhe proporcionará oportunidades futuras para incrementar sua renda, ou um investimento em um negócio próprio que além de poder aumentar sua renda, gerará empregos e renda para outras pessoas; e temos a "Non Self-Liquidating", que serve para financiar viagens, aquisição de carros, guerras, qualquer atividade que não lhe dá a oportunidade de receber um benefício econômico futuro. Nenhuma dessas duas maneiras de se utilizar este benefício me parece errada, o problema está na falta de equilibrio pela qual o utilizamos, e, este uso desordenado que geram os problemas. O crescimento das dívidas assumem que o futuro será (muito) mais próspero do que o presente, e esta é a questão central do problema, ainda mais porque o crescimento da dívida é muito maior em relação ao crescimento da GDP. A partir daí que começaremos a entender a influência que esta questão tem no desenvolvimento sustentável. Com este nível de dívida tão alto hoje em relação ao GDP, pressupomos que nosso futuro será mais rico, mais desenvolvido, mais abundante, com maior renda, maior produção.  Mas como podemos afirmar isso num momento em que o consumo é maior do que a capacidade do planeta em produzir e deveriamos estar tentando desacelerar este ritmo? Como podemos comprometer as próximas gerações deixando essa conta para pagarem dessa maneira inconsequente?É uma aposta de que as próximas gerações devem ser mais prósperas do que a atual.  O momento nos obriga a repensar essa dinâmica, o futuro tem que ser de prosperidade sem crescimento pois não podemos mais fechar os olhos para questões ambientais e sociais que, por sinal, já estão causando grandes prejuízos pelo mundo. Para muitos este cenário pode parecer preocupante ou amedrontador, mas, na verdade, é um grande momento para novas oportunidades, novos modelos de negócios, novas soluções! Como continuar consumindo sem destruir e sem comprometer os próximos? O fato é que a transformação está acontecendo, não na velocidade que deveria ser, mas o avanço é nítido. Alguns aspectos da econômia estão sendo repensados, basta pesquisar o número de moedas paralelas que surgiram nestes últimos 5 anos. A discussão é interessante, bastante longa e temos muitos outros aspectos para abordar em artigos futuros. Espero que tenha servido para pensarmos um pouco se o que estamos fazendo é certo,   para acelerarmos essa mudança sustentável e assim deixar uma imagem melhor da nossa geração.




    22 de julho de 2011

    Uma breve e clara introdução a Sustentabilidade


         Como primeiro artigo, vamos esclarecer o significado desta palavra que atualmente está presente em todos os setores da economia, nas universidades, na televisão, mas mesmo assim para muitos o significado ainda não está claro.
         Oficialmente, o conceito "desenvolvimento sustentável" ou "sustentabilidade" foi apresentado pela primeira vez na Assembléia Geral das Nações Unidas em 1979. Foi assumido pelos governos e pelos organismos militares a partir de 1987 quando, depois de quase mil dias de reuniões de especialistas convocados pela ONU sob a coordenação da primeira Ministra da Noruega Gro Brundland, se publicou o documento Nosso Futuro Comum. É lá que aparece a definição tornada clássica: “sustentável é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”.
        Segundo Leonardo Boff (teólogo, escritor e professor universitário), na verdade, o conceito possui uma pré-história de quase três séculos. Ele surgiu da percepção da escassez de recursos. As potências coloniais e industriais européias desflorestaram vastamente seus territórios para alimentar com lenha a incipiente produção industrial e a construção de seus navios, com os quais transportavam mercadorias e submetiam militarmente grande parte dos povos da Terra. Mas será que estes conceitos antigos de sustentabilidade tem o mesmo significado do usado atualmente? Como tudo no mundo se desenvolveu, a sustentabilidade não ficou para trás e também está mais robusta. Hoje temos a Sustentabilidade Coorporativa, Economia Sustentável, Políticas Sustentáveis, etc. E essa diversificação e aprofundamento do tema que é destaque atualmente só chegou nesse patamar por única e exclusivamente culpa de ações humanas! Vou explicar, diversos fatores influenciaram o ambiente para chegarmos nesse ponto, o aumento populacional,  o consumo excessivo,  a falta de políticas ambientais e sociais, junto com uma economia sem limites consequentemente trouxe consigo alguns problemas que hoje estamos lutando para resolver, como o consumo excessivo de energias (não limpas), excesso de lixo, poluição atmosférica, aquecimento global e por que não, crises econômicas. A Sustentabilidade de hoje é algo bem diferente de alguns anos atrás, é uma realidade sem volta, que precisaremos nos readaptar a uma relaidade vivida até poucos anos atrás. O Desenvolvimento Sustentável de hoje é a ferramenta fundamental para alterarmos este ciclo de devastação e consumo para um ciclo de prosperidade sem crescimento, o que é sim possível (discutiremos em breve este assunto).  O conceito atual de sustentabilidade baseia-se basicamente no chamado Tripple Botton Line, que nada mais é do que uma relação positiva entre impactos sociais ambientais e economicos, como exemplo vou usar a Cidade de São Paulo, falando economicamente a cidade vai muito bem obrigado, é a principal economia do Brasil e tem grande destaque no mundo, porém na questão social observamos graves problemas como índice de analfabetismo, pobreza, diferenças sociais, violência, entre outros, na questão ambiental enfrenta problemas com o gerenciamento do lixo, poluição do ar e rios, sem contar que a cidade hoje não tem capacidade para gerar alimento e energia para seus próprios moradores. Este é um exemplo real de desequilibrio que serve para nos ajudar a entender qual o cenário ideal, para que serve termos uma cidade rica economicamente e miserável nos quesitos sociais e ambientais? A Sustentabilidade busca exatamente o equilibrio e sucesso destes tres fatores.  Este conceito aplica-se a qualquer tipo de organização, estado, empresas, tanto públicas ou privadas, desde prestadores de serviços, bancos, grandes indutrias de pequeno médio ou grande portes.
       A transformação está acontecendo gradativamente e muitos paradigmas que travam este processo estão sendo quebrados, o comportamento humano está se alterando, inovações teconológicas "verdes" surgem todos os dias e a econômia do planeta está sendo repensada. O caminho é longo, e vale frizar que não é papel do desenvolvimento sustentável solucionar todos os problemas do mundo, mas sim focar no que realmente irá fazer a diferença entre termos um mundo com vida para as próximas gerações ou não! Essa mudança felizmente ou infelizmente terá que acontecer agora na nossa geração.
        Na próxima postagem vamos abordar o tema Economia Sustentável, aproveitando este momento de crise e mudança do eixo economico poderemos discutir qual a influencia da economia no precesso de desenvolvimento sustentável.